Oitenta tiros fulminaram Evaldo Rosa, trabalhador Negro, músico, que
voltava de um compromisso social com sua família. Os responsáveis:
militares do exército que patrulhavam o bairro e, segundo relatos, ainda
debocharam da família depois da ação.
O sistema escravocrata, abraçado pelos ricos no século XIX, fincou as
bases do racismo estrutural das elites e que hoje permanece como uma
chaga. A população negra brasileira é maioria, mas segue sofrendo os
efeitos de uma sociedade de classes, construída sobre as bases do
supremacismo branco.
Nenhum governo deste país se propôs alterar, de forma profunda, o quadro
em que vive o povo negro. A violência policial é um dos pilares do
genocídio em curso há mais de 500 anos cometido pelo Estado brasileiro.
Tais atos de violências provocados pelas elites seguem se aprofundando
sob a tutela de Jair Bolsonaro em nível federal e de Wilson Witzel em
nível estadual, que cada vez mais dão carta branca às polícias e
militares brasileiros para matar. Desde o decreto do governo Temer,
autorizando os militares a serem punidos apenas pela justiça militar,
caso estejam em operação pelo poder executivo, se aperfeiçoou um estado
de exceção para os mais pobres, parcela do povo composta em sua maioria
pela população Negra. Os dados confirmam que os militares e policiais se
sentem mais confortáveis para atirar e matar, principalmente quando os
alvos são negros. O número de mortes por intervenção de Agentes do
Estado no Rio de Janeiro até agora é o maior da série histórica,
iniciada no ano 2000! Em janeiro de 2019, policiais mataram 160 pessoas,
um aumento de 82% em relação ao mês anterior.
Usam meios típicos de ditadura militar, utilizados principalmente contra
os mais pobres, aliados ao racismo estrutural incorporado nas
instituições de (in)segurança do Estado.
Porém, é importante ressaltar que casos como o de Evaldo não são novos.
Sejam os 111 tiros que mataram os meninos de Costa Barros em 2015, seja
o tiro que matou o menino Eduardo no Alemão em 2015, ou o tiro que matou
Maria Eduarda dentro de uma escola em Acari em 2017. Governos
diferentes, mas o mesmo projeto político do Estado genocida.
Não podemos aceitar que nenhum trabalhador negro, nem a juventude negra,
seja massacrados pela barbárie capitalista, articulada ao racismo e à
supremacia branca!
Precisamos fortalecer atos que repudiem essa morte, que punam os
responsáveis (praças e oficiais) e parem com o extermínio do povo negro
no Rio de Janeiro e no Brasil.
Contra o genocídio do povo negro, nenhum passo atrás!
Não é acidente! É projeto de Estado!
Aquilo mais pareceu desespero das forças federais do que propriamente racismo. O exercito brasileiro está servindo pra tapar o buraco que a corrupção da polícia deixa todos os dias. Uma propaganda negativa daqui pra frente vai dizer o seguinte: Os defensores da pátria andam se borrando de medo da população negra que anda dentro de um carro qualquer. Poder ser exterminadores. Imagina o que isso vai fazer no confronto direto com o inimigo em caso de uma guerra. 80 tiros? Nem os “meliantes” desperdiçam tanto dindin. Daria pra sustentar uma família, durante um mês. Com que cara um militar vai se apresentar para a população? Com a mesma que a polícia se apresenta.