Traduzimos abaixo o comunicado da Frente Anarquista-Comunista Zabalaza, organização anarquista da África do Sul.
Liberdade para todos? Membros da Zabalaza Anarchist Communist Front ameaçados, atividades interrompidas, forçados a se esconder
Condenem a violência e terror político
África do Sul, 16 de outubro de 2015: Na noite de sexta-feira, 9 de outubro de 2015, um militante da Zabalaza Anarchist Communist Front (Frente Anarquista-Comunista Zabalaza) do pobre município de Khutsong (oeste de Johannesburg), foi ameaçado com violência pelo seu trabalho político por um grupo de jovens. Na manhã seguinte, uma escola política que ele e outro membro organizam na área foi forçada a interromper suas atividades por um grupo ainda maior.
Na sexta-feira de noite, o companheiro “Tebogo” (nome real escondido por medidas de segurança) foi confrontado por oito homens. Ele foi instruído a “parar de promover o anarquismo” e de resistir ao governo porque “o Congresso Nacional Africano (ANC) deve controlar o município” ou encarar severas consequências. Na manhã de sábado, os companheiros “Tebogo” e “Boitumelo” (nome verdadeiro ocultado) foram confrontados por cerca de 15 pessoas enquanto se preparavam para realizar a sessão mensal de formação política da ZACF/Zabalaza. Pedras foram jogadas e ameaças foram feitas.
Ambos os companheiros da Zabalaza conseguiram, felizmente, escapar, mas tiveram que fugir para um município vizinho onde eles estão no momento se escondendo. Enquanto isso, o bando voltou à casa onde “Tebogo” mora, procurando-o. Nós temos feito tudo ao nosso alcance para ajudar aos companheiros nesse momento difícil.
Nós agora apelamos para todas as estruturas progressivas a se unir a nós em oposição e condenação desse óbvio ato de intimidação e terror contra a classe trabalhadora negra. Os evento em Khutsong não são, infelizmente, atos isolados. Eles devem ser vistos como extremamente sérios e potencialmente fatais.
É comum partidos políticos municipais contratarem bandidos para fazer trabalhos sujos de intimidação e ataque à ativistas. Este ano, por exemplo, uma reunião comunitária organizada por ativistas do Freedom Park, em Abahlali, sul de Johannesburg, foi atacada por bandidos supostamente contratados por um conselheiro local da ANC e seus comparsas. Diversos membros da comunidade foram hospitalizados, sendo um deles posto em cuidados especiais. Ataques à direitos humanos básicos e à liberdade são comuns.
Estamos aliviados que nossos companheiros de Khutsong não tiveram o mesmo destino e que estes companheiros com quem trabalhamos juntos em Freedom Park continuam a resistir.
Porém também temos consciência que ninguém está fora de perigo, que fatos similares aguardam por ativistas que se atrevem a falar e se erguer contra a exploração, governo, corrupção, descriminação e lucro que oprime a classe trabalhadora negra – e que beneficia as elites.
Nós pedimos que ativistas que lutam por uma África do Sul melhor, um mundo e futuro melhor, a se levantar e recusar a se deixarem ser intimidados e forçados à inatividade por seguidores da classe dominante. Com certeza nós podemos esperar que o terror aumente conforme a classe trabalhadora se revolte.
Por isso nós pedimos às organizações e indivíduos que:
1 – assinem esta declaração mandando e-mail para zacf@riseup.net ou usando os comentários abaixo;
2 – circulem esta notícia largamente;
3 – exponham todas as instâncias do terror político ao povo e mídia.
Parem intimidação política nos nossos municípios!
Defendam o direito à liberdade de expressão e liberdade de associação!
Ninguém é livre até que todas as pessoas sejam livres!
Tradução: FARJ