Nos últimos anos nos acostumamos com a instabilidade e o caos produzido pelos profissionais da politicagem. A todo custo, eles querem que nos acostumemos com a precarização das nossas vidas, com a perda do poder compra do dinheiro e com a falta de alternativas. Querem porque querem nos fazer aceitar que quem vai ter que pagar a conta é o povo pobre. Tudo é apresentado como uma simples fatalidade. É como se o país tivesse parado no tempo e todas aquelas políticas que se diziam milagrosas, não tivessem sido impulsionadas para botar o país nos trilhos novamente.
Mas vamos voltar um pouco no tempo e ver onde a “ponte para o futuro” (nome do programa do governo Temer) nos trouxe. Quem não se lembra da “PEC do teto de gastos” (que se tornou a Emenda Constitucional 55)? Da reforma trabalhista? Da reforma da previdência? Não eram essas reformas que iam botar o país nos trilhos? Não era isso o que ia fazer a economia voltar a crescer, criar empregos e voltar a produzir bem-estar para o povo brasileiro? Desde a aprovação da PEC do teto de gastos (que congela o investimento social durante 20 anos), já se passaram quase quatro anos. E o que temos no horizonte não parece nada bom. Na verdade, tudo indica que as coisas só tendem a piorar!
Uma situação como essa criada pelo corona vírus demonstra de forma muito nítida para quem este governo trabalha. Alguém pode dizer onde os cortes na saúde e educação vão nos ajudar? Imagine se estivéssemos no futuro e os milhões de idosos (grupo que enfrenta as consequências mais graves do corona vírus) que não irão conseguir se aposentar após a reforma tivessem que ficar em casa sem ter de onde tirar o seu sustento? Eles fizeram uma reforma trabalhista para garantir mais empregos. Os empregos prometidos não vieram, mas de lá pra cá surgiu um exército de gente sem qualquer direito. Como os profissionais da politicagem vem olhando pra esse povo?
Na sua falta de sensibilidade típica, os profissionais da política propõem que fiquemos todos em casa para evitar que a disseminação do vírus se alastre como fogo morro acima. Mas depois da reforma trabalhista, quem pode ficar em casa, se não os poucos que ainda têm carteira assinada e emprego formal? O que os governos propõem para esse milhões de trabalhadores de contrato intermitente, terceirizados, diaristas; informais, autônomos, caminhoneiros, camelôs, enfim, como fica o povão que vive dos resultados do seu trabalho diário? Os milhões de motoristas, entregadores e todos os tipos de trabalhador de aplicativo, que já não tem direito algum? Como é que o governo quer que esse povo fique em casa?
Como fica a situação de quem não tem dinheiro para estocar comida? Como fica a situação de quem tem água, luz, gás, aluguel pra pagar? Qual é a proposta do governo para esse povo? Até agora, muito pouco! E sabe quando haverá algo? Apenas quando aqueles que estão entre correr o risco de ser contaminados trabalhando nesse cenário apocalíptico ou de morrer de fome em casa resolverem se mexer. Não vamos morrer como moscas! Exigimos direitos iguais! Para isso o poder público deve garantir que durante todo o período do confinamento haja:
– suspensão da cobrança de juros pelo atraso de contas
– proibição do corte de água, luz e qualquer outro serviço mensal
– fornecimento de alimentação para o povo pobre
– interrupção da cobrança de dívidas de quem não tiver condição de trabalhar por conta própria
– distribuição de material para a prevenção da contaminação (álcool em gel, mascaras e tudo o que for necessário)
– contratação emergencial de médicos, enfermeiros e técnicos para garantir assistência para qualquer pessoa
– garantir que todos os leitos existentes estejam a disposição da população
Quando os de baixo se mexem, os de cima balançam! Nossas vozes precisam ser ouvidas! Por direitos iguais para todos e todas! Por vida digna!