Em homenagem à Tereza de Benguela, instituiu-se, durante o I Encontro de Mulheres Latino-americanas e Afro-caribenhas, o 25 de Julho como o Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe.
Tereza foi mulher negra guerreira que chefiou produção de armas, tecidos e colheita do quilombo de Quariterê, – comunidade negra e indígena no Mato Grosso -, que resistiu à escravidão por duas décadas no século XVIII.
Mas assim como o Dia Internacional da Mulher, este dia não é para ser festejado. É uma data para se memorar e fortalecer a luta de resistência das mulheres negras; aquelas que são historicamente as maiores vítimas da dominação de classe, gênero e raça promovida pelo Estado.
A violência sobre seus corpos, sua identidade e sua condição de vida não são parte de um passado, mas evidências de nosso presente. No Brasil, país que possui o maior índice de feminicídios na América Latina – os índices crescem à cada dia. Aqui, as mulheres negras são o segmento da população onde se concentra o maior número de feminicídios, além de ser também aquele que mais sofre com a violência doméstica e obstétrica, a mortalidade materna e a criminalização do aborto.
Por isso, a luta por uma sociedade socialista libertária é a luta pela defesa da vida dessas mulheres, e a luta contra o racismo, o machismo, a violência de classe e estatal.
Viva o fortalecimento, visibilidade e organização das mulheres negras latino-americanas!